segunda-feira, 15 de março de 2010

Natal e mais onze municípios do Estado têm mais da metade dos eleitores do Rio Grande do Norte

Deu na TRIBUNA DO NORTE
O eleitorado de Natal – 510.888 eleitores – representa 23,35% do eleitorado do Rio Grande do Norte, que totaliza 2.187.347 eleitores. Natal, mais onze cidades do interior, representa mais da metade do eleitorado – 50,28% – de todo o Rio Grande do Norte. As doze cidades, inclusive Natal, são:

Natal – 510.888 eleitores

Mossoró – 154.449 eleitores

Parnamirim – 92.072 eleitores

São Gonçalo – 59.419 eleitores

Ceará Mirim – 46.420 eleitores

Macaíba – 43.366 eleitores

Caicó – 42.801 eleitores

Assú – 37.514 eleitores

Nova Cruz – 27.598 eleitores

São José de Mipibu – 26.793 eleitores

Apodi – 26.474 eleitores

Volta àquela verdade histórica. Dos quatro governadores eleitos pelo voto direto do povo, pós democratização do país, nada menos que três passaram antes pela Prefeitura de Natal como prefeitos. Somente um foi eleito sem ser prefeito de Natal.

Os três prefeitos eleitos governadores do Rio Grande do Norte foram: José Agripino, Garibaldi Filho e Wilma de Faria. O único governador eleito sem ter sido antes prefeito de Natal foi Geraldo Melo, beneficiado pela onda da redemocratização do país, quando o PMDB só deixou de eleger um governador em todo o Brasil, o de Sergipe.

Natal/Mossoró

Dentre os candidatos a governador a ser eleito em outubro próximo, um foi prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, cuja administração foi bem avaliada. Outra é ex-prefeita de Mossoró. Até agora nenhuma manifestação bairrista, embora exista já a desconfiança de que o maior número de auxiliares diretos supostamente será proveniente de Mossoró. No caso de Rosalba ser eleita, assim como o maior número de auxiliares de Carlos Eduardo será de Natal, caso venha a ser eleito governador.

A desconfiança maior está evidenciada da assessoria dos dois candidatos ser integrada de auxiliares provenientes da época em que foram prefeitos, respectivamente de Natal e Mossoró.

Curiosidades

Segundo os dados disponíveis pelo TRE, através da Internet, algumas observações podem ser anotadas, tais como, municípios onde mais de 90% da população são eleitores, praticamente não existindo menores de idade. Também entre as curiosidades observadas, um destaque para Galinhos como o município de menor número de eleitores, com apenas 2.082.

Perspectivas

Segundo os analistas especializados em números eleitorais, acredita-se que Natal possa atingir os 515 mil eleitores, Mossoró possa chegar aos 156 mil e Parnamirim atinja o quantitativo de 95 mil eleitores, até o período em que terminar o prazo de inscrição para as eleições de outubro vindouro.

Estória da história: JK e Tancredo, dois grandes brasileiros de estirpe política em extinção

Lendo uma troca de cartas entre Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves na revista “Veja”, me veio à memória conceitos e fatos que tive o privilégio de testemunhar várias vezes, pela palavra do então candidato à presidência (Tancredo), sobre o ex-presidente JK, ambos mineiros e do PSD, coincidentemente vitimados por tragédia.

JK governou o Brasil fazendo de cada brasileiro um otimista, ao criar a mística do desenvolvimento econômico. Parecia um Midas. O quê tocava transformava em algo valioso. O bom no ótimo. O ótimo na maravilha das maravilhas. O nada em algo positivo. Brasília, a indústria automobilística, a industrialização, a SUDENE, as grandes estradas rodoviárias. Morreu num desastre de carro depois de exilado, preso, humilhado.

Tancredo manteve-se fiel aos seus objetivos democráticos, sacrificando a saúde e a própria vida. Eleito governador de Minas Gerais, renunciou o mandato para arriscar, pela democracia, uma candidatura à Presidência da República no Colégio Eleitoral criado para eternizar o regime autoritário, com os militares no poder. Eleito presidente da República, não tomou posse. Foi recolhido ao hospital menos de 24 horas antes da posse. Morreu depois de 38 dias de agonia e grande sofrimento.

A morte de JK é um mistério. Foi em seguida à morte de Jango, o presidente deposto depois de exilado. Jango havia sido ministro de Getúlio Vargas, forçado a demiti-lo pelas mesmas forças que o deporiam, anos depois de eleito vice-presidente e empossado na Presidência da República, com a renúncia de Jânio Quadros. Em seguida, à morte de JK, morreu Carlos Lacerda em circunstâncias misteriosas. Os três, Jango, JK e Carlos Lacerda, criaram a “Frente Ampla” pela redemocratização do país.

Tancredo, ministro de Getúlio, foi ao enterro do presidente que cometeu suicídio numa crise política, até então, nunca atravessada pelas instituições políticas brasileiras. Nem mesmo na derrubada do Império com o advento da República. Tancredo falou no túmulo de Vargas. Sua presença surpreendeu a nação. Com JK, trocou cartas que agora vieram a público, embora não tenham sido publicadas ainda na íntegra.

Candidato a presidente da República, como seu correligionário pessedista mineiro, sua candidatura, como também a de JK, só foi possível pela sua resistência a toda sorte de pressão para que não fosse candidato. Essa similaridade em série entre os dois pode ser facilmente descoberta nos trechos das cartas trocadas, agora, reveladas pela revista “Veja”.

Lembro, pelo menos de duas vezes, quando no seu escritório eleitoral, em Brasília, Tancredo disse: “Esta cidade está devendo uma homenagem muito mais significativa ao Juscelino do que o seu memorial. Vamos fazer esta homenagem logo no começo do nosso Governo”. Todos presentes concordaram, cada um com sugestões que Tancredo limitou-se a ouvir. Certamente, já tinha a homenagem pensada e planejada, mas não teve como prestá-la, porque morreu antes da posse.

Outra ocasião, no grande comício que estava programado para a cidade onde nasceu JK, Diamantina, em Minas Gerais. Foi na semana em que viajei a Natal, passando, antes, por João Pessoa com Aluízio para conversas agendadas por Tancredo. Aluízio voltou para Brasília e vim até Natal, onde permaneci além de uma semana inicialmente programada.

JK e Tancredo, dois brasileiros de uma estirpe em extinção.

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