sábado, 22 de outubro de 2011

CUIDANDO DO BEM PÚBLICO…

A atual Administração do Executivo Municipal de Cerro Corá, tem sempre se preocupado com o bem Público, é reforma e melhoria das Escolas, Creches, Hospital e postos de Saúde, Secretarias e frota de veículos, no mês de agosto foi entregue uma ambulância completamente reformada, e esta semana foi entregue uma D-20 também toda reformada a Secretaria Municipal de Obras, isto mostra o cuidado e zelo com o bem público.

AMBULÂNCIA

CARRO MODELO D-20


Paulo de Tarso sai do governo atirando para todos os lados

Robson Pires

Depois sair da chefia da Casa Civil, Paulo de Tarso Fernandes revelou detalhes do impasse vivido nos últimos entre o vice-governador, Robinson Faria (PSD), e a base do governo Rosalba Ciarlini. Atirou para todos os lados.

O principal alvo dos ataques foi o esposo de Rosalba, ex-deputado Carlos Augusto Rosado, a quem disse terem competido nos “dez meses de governo onde todas as decisões do Estado”.

O ex-auxiliar também reclamou que Rosalba só governa de casa. “Um deputado, um prefeito ou um secretário que quiser falar com a governadora não vai para a casa dela sem ser chamado”.

Paulo de Tarso ainda disse que o governo está em frangalhos, sem condições de sanar as contas. “A oposição ao governo está nas ruas. A oposição é o povo, é o funcionalismo, é o sindicalismo” de uma gestão, segundo ele, sem sucesso.

Robinson Faria anuncia o seu desligamento de Rosalba

Crise Vice-governador do Rio Grande do Norte se disse alvo de humilhação e complô com vistas à ocupação dos seus espaços no Poder Executivo

GASETA DO OESTE Cristiano Xavier na sessão Política

O vice-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), não faz mais parte do sistema político situacionista no Estado. No início da tarde de ontem, ele apresentou formalmente o seu pedido de exoneração da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, pasta do qual foi titular desde o primeiro dia da administração Rosalba Ciarlini (DEM). Faria também recomendou aos ocupantes de cargos no Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (IDEMA), Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) e Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (IGARN) que entregassem os cargos.
O chefe da Casa Civil, advogado Paulo de Tarso Fernandes, em solidariedade ao vice-governador do Rio Grande do Norte entregou o seu cargo.
A crise envolvendo Robinson Faria e o Governo do Estado foi motivada pela criação do Partido Social Democrático no Estado, legenda presidida em nível estadual pelo vice-governador. Desde a oficialização da legenda no plano nacional, o senador José Agripino vinha abrindo confronto com Robinson Faria e articulando junto a chefe do Poder Executivo, uma espécie de isolamento político do vice-governador.
A primeira investida do senador e presidente nacional do DEM juntamente com a governadora Rosalba Ciarlini culminou com a desistência de quatro deputados estaduais de assinarem ficha de filiação no PSD, incluindo também o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ricardo Motta (PMN).
Na semana passada, a governadora Rosalba Ciarlini seguiu em missão oficial para os Estados Unidos da América, transferindo a chefia do Poder Executivo norte-rio-grandense para Robinson Faria. Chegou-se a especular que os dois haviam se entendido politicamente. Robinson Faria havia sido exonerado do cargo de titular da Secretaria de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos antes da viagem da governadora Rosalba Ciarlini aos Estados Unidos, como é protocolar nesta situação, mas até ontem ele ainda não havia sido renomeado para a função e muitos creditam esse fato como predominante para a decisão do vice-governador em se afastar da base governista.
Durante entrevista coletiva concedida ontem à noite, o vice-governador Robinson Faria chegou a dizer que foi montada uma "rede de intrigas" contra ele no governo rosalbista. "O que queriam eram os meus espaços no Governo. Foi montado tudo isso por pessoas que logo vão mostrar quem são", disse. Ele desabafou: "Só sabe o que é justiça, ingratidão o ser político. A emoção que está dentro de mim vocês não estão sentindo. Meu olhar está triste, mas não está desesperado", comentou o vice-governador do Estado.
O vice-governador Robinson Faria negou que o PSD quisesse emparedar o Governo do Estado. "Que história é essa? O PMDB é muito maior que o PSD e será que vão dizer que é emparedamento do Governo?", indaga.
Robinson Faria afirmou que o sentimento que tem hoje é de que usado pelo Governo e hoje "descartado". "Se fosse sintetizar um sentimento que está na minha alma eu fui usado e descartado", ressaltou o vice-governador, afirmando que de quinta para sexta-feira não dormiu por toda a crise e o que considera humilhação a que foi submetido pela governadora e pelo marido Carlos Augusto Rosado. Robinson Faria lembra que após a governadora Rosalba Ciarlini retornar dos Estados Unidos começou a sofrer um processo de "humilhação" na gestão.
"Quando Paulo de Tarso levou para a governadora o documento para minha renomeação à Secretaria de Recursos Hídricos, quando Rosalba voltou da viagem, a governadora disse que Paulo procurasse o marido dela. Isso foi uma humilhação, quiseram mostrar uma superioridade, como se o vice fosse uma figura simbólica e que só serviu para ajudar na eleição", destacou. O vice-governador lembrou que durante a interinidade no Executivo tentou falar por diversas vezes com o ex-deputado Carlos Augusto Rosado, mas ele nunca o atendeu.
Robinson Faria disse que nunca agiu com oportunismo no Governo. "Não fiz nada na Secretaria que pudessem dizer que sou oportunista. Minha consciência está tranquila", argumentou

Paulo de Tarso entrega o cargo

Tribuna do Norte


O ex-secretário do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes, deixou o governo também ontem, segundo o próprio, "exclusivamente em solidariedade ao vice-governador Robinson Faria". Paulo de Tarso era considerado um dos homens fortes da gestão Rosalba Ciarlini e tinha carta branca para tomar muitas das decisões do Poder Executivo. Um intelectual, com vasta experiência e conhecimento amplo nas searas do direito e administração. Era ele o porta-voz dos infindáveis embates com o funcionalismo público, ainda em vias de fato com o governo. O ex-secretário foi o elo entre o vice-governador e o grupo do DEM no período pré-eleitoral de 2010, que culminou com a parceira de ambos os grupos.

Rodrigo SenaPaulo de Tarso Fernandes conduziu algumas das mais difíceis negociações com os servidores
Paulo de Tarso Fernandes conduziu algumas das mais difíceis negociações com os servidoresEm nota, a governadora Rosalba Ciarlini lamentou a saída de Paulo de Tarso Fernandes. Mas ao mesmo tempo em que dizia que não havia sido comunicada porque não recebera a carta com o pedido de exoneração, o ex-secretário afirmara que já havia informado pessoalmente a saída do governo e que não encaminharia um comunicado formal porque não havia necessidade para tanto. Paulo de Tarso deixa uma lacuna, sobretudo para os demais secretários, que tinham nele o consultor para a tomada de muitas das decisões. "Ele falava e nós assinávamos embaixo", destacou um secretário, que pediu o anonimato.

Nos dez meses em que chefiou a principal pasta da administração, o ex-secretário somou antipatias por parte dos servidores públicos. A desavença se dava porque era através dele que o governo informava aos funcionários a impossibilidade de conceder os reajustes advindos dos planos de cargos e salários, aprovados ano passado na Assembleia Legislativa.

O vice-governador Robinson Faria não poupou elogios ontem ao ex-secretário Paulo de Tarso Fernandes, a quem creditou uma "amizade leal". Robinson Faria disse que Paulo de Tarso era um "sacerdote" e tinha um conhecimento e humildade admiráveis. "As principais políticas do estado recorrem a ele quando estão com algum problema de ordem jurídica. Ele sempre presta consultoria e não cobra nada", destacou Robinson. O ex-secretário teria se irritado com a postura do ex-deputado Carlos Augusto Rosado, que teria se negado em avalizar o retorno de Robinson Faria à Semarh.

Procurador Miguel Josino está cotado para o Gabinete Civil

O procurador-geral do Estado, Miguel Josino, é o nome cotado para assumir a titularidade do Gabinete Civil. Ontem à noite ele foi à residência do ex-secretário Paulo de Tarso Fernandes. "É um amigo querido e foi conversar com ele", disse o procurador.

Ele negou que já tivesse sido convidado para ocupar o cargo deixado por Paulo de Tarso. Na visita à residência do ex-chefe do Gabinete Civil, Miguel Josino foi acompanhado do ministro da Previdência, Garibaldi Filho.

A saída do grupo do vice-governador Robinson Faria da gestão Rosalba Ciarlini deixa vagos um cargo de primeiro escalão e dois de segundo escalão. A Secretaria de Recursos Hídricos, que tinha como titular Robinson Faria, fica vaga, inclusive com os cargos comissionados, já que todos haviam sido indicações do vice-governador e de aliados dele.

A presidência da Caern que tinha como titular Walter Gazi, indicado de Robinson Faria, também foi entregue. O Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (Idema) passa a ficar vago com a saída do engenheiro Marcelo Toscano, também indicado de Robinson Faria.

Tanto a Caern quanto o Idema, além dos seus titulares, também estavam com cargos de terceiro escalão indicados pelo grupo político do vice-governado Robinson Faria.

Henrique reafirma que PMDB não fará indicações

O presidente estadual do PMDB, deputado federal Henrique Eduardo Alves, descartou a possibilidade do partido ampliar a cota de cargos no Governo do Estado com a saída do grupo do vice-governador Robinson Faria. "Não há qualquer fundamento, nenhuma possibilidade. Os espaços do PMDB no Governo Rosalba estão de bom tamanho", destacou.

Henrique Eduardo Alves se reuniu ontem com a governadora Rosalba junto com os deputados estaduais peemedebistas. Foi o primeiro encontro oficial da bancada do PMDB com a chefe do Executivo estadual. A reunião foi antes do anúncio do rompimento de Robinson Faria com o governo.

"Não foi discutido nada sobre cargos. Aliás, garanto que o PMDB não quer e não aceita qualquer cargo a mais do que os que já tem. O PMDB já está representado no Governo com as indicações feitas pelo ministro Garibaldi Filho", disse o presidente estadual do PMDB, fazendo referência a Secretaria Estadual de Turismo, onde o partido indicou Ramzi Elali, e a Secretaria Estadual de Trabalho e Ação Social, com o peemedebista Luís Eduardo Carneiro. Além disso, também é indicação do PMDB a presidência da Potigás, com Saulo Carvalho. "O PMDB está no seu tamanho adequado. Não tem que buscar mais cargos", completou.

Bancada confirma apoio ao Governo

A bancada do PMDB na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte esteve ontem no gabinete da governadora Rosalba Ciarlini, para confirmar apoio integral do partido à administração estadual. Participaram dessa primeira reunião como aliados, o deputado federal Henrique Eduardo Alves, os deputados Walter Alves, Hermano Morais, Gustavo Fernandes e Poti Junior, além do vice-presidente do PMDB, Elias Fernandes. Todos disseram que chegam dispostos a aprovar projetos do Executivo encaminhados à Assembleia Legislativa, bem como propor e defender outros de interesses do RN no plano estadual e federal como projetos Baixo-Assu, Santa Cruz e Mendubim.

Elisa ElsieDeputados do PMDB conversam com Rosalba Ciarlini sobre os projetos do governo estadual
Deputados do PMDB conversam com Rosalba Ciarlini sobre os projetos do governo estadualO PMDB passa para a base aliada, reconhecendo as dificuldades que Rosalba Ciarlini está enfrentando para governar por causa da situação financeira do Estado deixada pelo governo passado. "As dificuldades são superáveis", confiam os deputados.

Justificando a ausência do deputado Nelter Queiroz, Henrique assegurou à governadora que a posição do parlamentar será a favor de todos os projetos do Executivos. Já Walter Alves anunciou que Garibaldi Filho não pode estar presente em função da inauguração de uma agencia da Previdência em Maceió, Alagoas.

O presidente do PMDB também disse acreditar em aliança política com os partidos da base do governo, nas eleições municipais. "Estamos apoiando Rosalba pela ética, espírito publico e dedicação", disse o parlamentar, confiando que em muitos municípios haverá coligação. Ele reafirmou que o partido não pleteia novos cargos no Governo.

A governadora Rosalba Ciarlini considerou a ida dos deputados ao seu gabinete, um sinal de fortalecimento do entendimento que já havia sido fechado com o diretório.

"Sei do interesse que cada um dos parlamentares tem com o desenvolvimento do RN. A aprovação do empréstimo de US$ 540 milhões junto ao Banco Mundial foi a prova de comprometimento da Assembleia".


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Desgaste progressivo

O relacionamento político entre a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e o vice-governador Robinson Faria (PSD) foi se deteriorando ao longo dos últimos meses. Um dos episódios mais graves foi o fato de a Secretaria de Recursos Hídricos não ser contemplada no projeto do empréstimo de US$ 540 milhões que o governo vai contrair junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). A ausência da Secretaria que ele comandava, da lista de órgão que vão receber os recursos, deixou Robinson insatisfeito.

Reação dos aliados

Os deputados estaduais que são politicamente ligados a Robinson Faria reagiram na Assembleia Legislativa com a defesa de mudanças no projeto de lei do empréstimo. Os políticos que formam o núcleo central do governo, principalmente o ex-deputado Carlos Augusto Rosado, acharam que os aliados adotaram uma postura inadequada. Ficou a mágoa. Mas ainda não era uma situação insustentável.

Implicações do PSD

Nas articulações para formação do PSD no Rio Grande do Norte surgiram novas zonas de atrito entre Rosalba Ciarlini e Robinson Faria. O vice-governador tentou fortalecer a legenda que ele passou a presidir no Estado. Pretendia conquistar a adesão de pelo menos seis deputados estaduais, entre os quais o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta. Mas o governo articulou e evitou que o PSD ficasse fortalecido. Dos quatro deputados estaduais que iriam para a nova legenda, apenas dois - Gesane Marinho e José Dias - confirmaram a nova opção partidária.

Críticas contundentes

Diante deste cenário político conturbado, coube ao senador José Agripino, que é presidente nacional do DEM, partido da governadora, conceder uma entrevista à TRIBUNA DO NORTE na qual fez duras críticas ao vice-governador. Disse, na ocasião, que Robinson Faria tentou tutelar o governo e articulou um projeto de poder pessoal que não deu certo.

O todo-poderoso

O ex-deputado Carlos Augusto Rosado, marido da governadora, desempenhou um papel central no enredo que culminou com o anúncio, ontem, do rompimento de Robinson Faria. A influência - tanto administrativa, quanto política -, que Carlos Augusto exerce, era algo que se comentava nos bastidores, mas neste episódio do conflito com Robinson ficou patente e ainda mais nítida. A demora na nomeação para Robinson voltar ao cargo de secretário teria sido pensada por Carlos Augusto. O vice-governador revelou ontem que, em três oportunidades, o ex-secretário Paulo de Tarso procurou a governadora para tratar da nomeação de Robinson e ela teria dito: "Fale com Carlos Augusto".

Interinidade

Mesmo com essa situação de relacionamentos conturbados, a governadora Rosalba Ciarlini se ausentou por dez dias do RN para uma viagem aos Estados Unidos. Na interinidade, Robinson Faria assinou proposta de emenda constitucional, sancionou leis - entre as quais a do empréstimo de US$ 540 milhões - e visitou obras. A programação, uma verdadeira "agenda positiva", não foi bem digerida pelo núcleo central do governo. Mais uma vez o ex-deputado Carlos Augusto Rosado considerou que o vice-governador se excedeu.

Demora na nomeação

A gota d´água no desgaste de Robinson Faria com o governo foi a demora no retorno dele para a Secretaria de Recursos Hídricos. Robinson Faria deixou o cargo de secretário para assumir o de governador, no período em que Rosalba Ciarlini viajou aos Estados Unidos. Ela retornou na última segunda-feira, mas ao longo da semana, Robinson não foi nomeado para a Secretaria.

Corte nas indenizações

A Comissão de Anistia do Governo Federal revisou as indenizações concedidas a 129 trabalhadores demitidos durante a ditadura militar e reduziu valores, pagos desde a década de 90 que, em alguns casos, passavam de R$ 30 mil mensais. As pensões e aposentadorias especiais haviam sido concedidas pelos Ministérios do Trabalho, Comunicações e Minas e Energia antes da formação da Comissão da Anistia e alcançavam R$ 2,2 milhões por mês. Agora, o valor será de apenas R$ 297 mil.


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Reforma política e participação popular


Michel Temer - O Estado de S.Paulo

Inúmeras vezes o Congresso Nacional tentou votar a reforma política. Nunca com sucesso. O insucesso, contudo, não é derrota da tese de que ela é fundamental para aprimorar as instituições do País. Ao contrário, fortalece a percepção de que devemos buscar meios e modos para manter a mobilização do meio político em relação às mudanças essenciais para melhorar as nossas leis eleitorais.

Relator da matéria na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana fez um belíssimo trabalho, assim como o deputado Ronaldo Caiado já o havia feito na legislatura passada. Senadores envolvidos na discussão do tema na Câmara Alta também trouxeram grande contribuição durante a tramitação da proposta naquela Casa. Não lograram êxito por causa do grande número de resistências internas.

Especificamente localizadas nas alterações do sistema eleitoral, as dificuldades da reforma política se dão porque essa matéria não está relacionada diretamente à órbita dos partidos políticos, mas ao foco individual de como cada parlamentar avalia a própria experiência no processo eleitoral segundo as regras em vigor. Interesses pessoais sobrepõem-se ao aperfeiçoamento das regras das eleições.

Apesar dos problemas enfrentados, a reforma política não pode parar. Se esses debates não têm sequência, hão de ter consequência. E uma delas é trazer o povo para dentro dessa discussão, repisando conceitos que já estão inscritos na vida pública brasileira desde a redemocratização.

A Constituição federal de 1988 prevê a democracia representativa, na qual o povo delega a deputados e senadores o poder para elaborar leis e auxiliar o Poder Executivo na administração do Estado. Mas também incluiu instrumentos propiciadores da democracia direta.

Eis o parágrafo único do artigo 1.º: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição".

A democracia direta é exercida por três mecanismos. O primeiro é a iniciativa popular, pela qual o povo pode apresentar petição deflagradora de processo legislativo e que foi instrumento já utilizado com sucesso recentemente. O segundo é o plebiscito, que, com o perdão da obviedade, é a consulta prévia sobre lei aprovada pelo Congresso ou ato administrativo praticado pelo Executivo. O terceiro e último é o referendo, consulta posterior ao povo sobre aplicação de lei já aprovada pelo Legislativo.

O plebiscito foi usado para definir a forma e o regime de governo, ainda no ano de 1993. E o referendo tornou-se palavra comum quando se tratou da questão do desarmamento.

Se há dificuldade da reforma política ser realizada pelos representantes do povo, a solução constitucional é caminhar para a democracia direta com os mecanismos constitucionais já previstos desde 1988. O povo há de ser consultado, por meio de plebiscito, a respeito do sistema eleitoral que deseja: se distrital puro ou misto, se lista fechada ou aberta, se voto proporcional ou majoritário (distritão), se financiamento público ou privado. Tudo isso, a meu ver, poderia ser feito na eleição de 2014, quando se elegem presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Ou seja, acrescentar-se-ia a consulta plebiscitária sobre o sistema eleitoral e sobre a forma de financiamento das campanhas.

O deputado federal Miro Teixeira, com quem conversei várias vezes sobre reforma política, já fala nesse tema da consulta plebiscitária ou referendo há bastante tempo no plenário da Câmara. Reitero a proposta de fazer a consulta popular no ano de 2014 porque isso elevaria o tom programático das discussões durante a campanha. Deputados e senadores haveriam de discuti-la, elucidá-la, propagá-la, esclarecê-la durante o horário eleitoral e nos encontros diretos com os eleitores. Com isso, não se poderia invocar que o povo ignora os vários sistemas. Os eleitores seriam esclarecidos durante o programa eleitoral e nas discussões sobre as diferentes opiniões e divergentes análises de candidatos e estudiosos. Neste tópico, é claro que a sociedade civil organizada e a mídia especializada colaborariam com grande entusiasmo para ampliar a força desse importante debate, cujo fim último é fortalecer a democracia em nosso país.

A consulta é prévia, portanto, plebiscitária. O que o plebiscito definir será levado ao Congresso eleito, que deverá tornar viável a reforma - pelo menos o sistema eleitoral e o financiamento público - para ser aplicado na eleição de 2018. Ou seja, tem a vantagem de não aprovar de imediato algo a ser aplicado logo na eleição seguinte. Circunstância, aliás, que tem sido fator impeditivo da reforma política.

Não se argumente que há muitos votos a serem dados em 2014, já que o povo está cada vez mais habituado a usar a urna eletrônica e tem demonstrado intimidade com esse meio rápido e eficiente de votar. É certo que na eleição municipal o número de votos é menor (somente para prefeito e vereador), mas a temática da disputa municipal sempre dirá respeito à localidade, não a temas nacionais.

Temas nacionais devem ser discutidos e pensados numa eleição nacional. Misturá-los poderia provocar efeito perverso para as questões municipais e para a análise adequada das mudanças nas regras eleitorais. Penso que essa é a maneira de resgatar a reforma política como parte da formação de um convencimento amplo para o bem da sociedade.

Haveria ainda interação do Parlamento com o povo, ficando enaltecida a posição da Casa de Leis, já que é ela que convoca o plebiscito e, ao final, elabora a norma que regulamenta a vontade popular. Dessa forma, não se poderia falar de insucesso, mas de uma histórica participação popular num processo que diz respeito a todos os brasileiros.

VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Deputados aliados de Robinson Faria não anunciam rompimento com o grupo governista

Robson Pires

Únicos deputados estaduais a permanecerem no PSD de Robinson Faria, Gesane Marinho e José Dias se mostraram solidários à decisão do vice-governador de deixar a base do governo Rosalba Ciarlini. Contudo, eles não confirmam se também deixarão de apoiar a gestão Rosa.

“Minha postura será de independência em relação ao Governo na Assembléia Legislativa. Não deixarei de votar nos projetos de interesse do povo do Rio Grande do Norte”, disse Gesane. “As ações corretas do Governo do Estado terão o meu apoio, mas o que não for correto não contará comigo”, completou José Dias.

Rosalba sob pressão na Assembléia Legislativa

Robson Pires

Pelas contas de um deputado estadual que ainda está jogando no meio de campo depois do rompimento político do vice-governador Robinson Faria (PSD) com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) o placar vai ficar apertado para o governo na Assembléia Legislativa.

Pelos seus cálculos serão 13 deputados a favor da Rosa contra 11. Com apenas 8 deputados dará para se fazer até para se aprovar uma CPI