sábado, 22 de outubro de 2011

Robinson Faria anuncia o seu desligamento de Rosalba

Crise Vice-governador do Rio Grande do Norte se disse alvo de humilhação e complô com vistas à ocupação dos seus espaços no Poder Executivo

GASETA DO OESTE Cristiano Xavier na sessão Política

O vice-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), não faz mais parte do sistema político situacionista no Estado. No início da tarde de ontem, ele apresentou formalmente o seu pedido de exoneração da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, pasta do qual foi titular desde o primeiro dia da administração Rosalba Ciarlini (DEM). Faria também recomendou aos ocupantes de cargos no Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (IDEMA), Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) e Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (IGARN) que entregassem os cargos.
O chefe da Casa Civil, advogado Paulo de Tarso Fernandes, em solidariedade ao vice-governador do Rio Grande do Norte entregou o seu cargo.
A crise envolvendo Robinson Faria e o Governo do Estado foi motivada pela criação do Partido Social Democrático no Estado, legenda presidida em nível estadual pelo vice-governador. Desde a oficialização da legenda no plano nacional, o senador José Agripino vinha abrindo confronto com Robinson Faria e articulando junto a chefe do Poder Executivo, uma espécie de isolamento político do vice-governador.
A primeira investida do senador e presidente nacional do DEM juntamente com a governadora Rosalba Ciarlini culminou com a desistência de quatro deputados estaduais de assinarem ficha de filiação no PSD, incluindo também o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ricardo Motta (PMN).
Na semana passada, a governadora Rosalba Ciarlini seguiu em missão oficial para os Estados Unidos da América, transferindo a chefia do Poder Executivo norte-rio-grandense para Robinson Faria. Chegou-se a especular que os dois haviam se entendido politicamente. Robinson Faria havia sido exonerado do cargo de titular da Secretaria de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos antes da viagem da governadora Rosalba Ciarlini aos Estados Unidos, como é protocolar nesta situação, mas até ontem ele ainda não havia sido renomeado para a função e muitos creditam esse fato como predominante para a decisão do vice-governador em se afastar da base governista.
Durante entrevista coletiva concedida ontem à noite, o vice-governador Robinson Faria chegou a dizer que foi montada uma "rede de intrigas" contra ele no governo rosalbista. "O que queriam eram os meus espaços no Governo. Foi montado tudo isso por pessoas que logo vão mostrar quem são", disse. Ele desabafou: "Só sabe o que é justiça, ingratidão o ser político. A emoção que está dentro de mim vocês não estão sentindo. Meu olhar está triste, mas não está desesperado", comentou o vice-governador do Estado.
O vice-governador Robinson Faria negou que o PSD quisesse emparedar o Governo do Estado. "Que história é essa? O PMDB é muito maior que o PSD e será que vão dizer que é emparedamento do Governo?", indaga.
Robinson Faria afirmou que o sentimento que tem hoje é de que usado pelo Governo e hoje "descartado". "Se fosse sintetizar um sentimento que está na minha alma eu fui usado e descartado", ressaltou o vice-governador, afirmando que de quinta para sexta-feira não dormiu por toda a crise e o que considera humilhação a que foi submetido pela governadora e pelo marido Carlos Augusto Rosado. Robinson Faria lembra que após a governadora Rosalba Ciarlini retornar dos Estados Unidos começou a sofrer um processo de "humilhação" na gestão.
"Quando Paulo de Tarso levou para a governadora o documento para minha renomeação à Secretaria de Recursos Hídricos, quando Rosalba voltou da viagem, a governadora disse que Paulo procurasse o marido dela. Isso foi uma humilhação, quiseram mostrar uma superioridade, como se o vice fosse uma figura simbólica e que só serviu para ajudar na eleição", destacou. O vice-governador lembrou que durante a interinidade no Executivo tentou falar por diversas vezes com o ex-deputado Carlos Augusto Rosado, mas ele nunca o atendeu.
Robinson Faria disse que nunca agiu com oportunismo no Governo. "Não fiz nada na Secretaria que pudessem dizer que sou oportunista. Minha consciência está tranquila", argumentou

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