Deu no Site Congresso em Foco:
“Somos uma oligarquia desde 1890. Todos os nossos mandatos foram conquistados com o voto”, diz o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM-RN), antes de ser “corrigido” pela mulher, a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM). “Eu não aceito e considero inapropriado esse termo, que é pejorativo. Acho que ele se expressou mal. Não somos uma oligarquia, porque fomos eleitos livremente. O povo é que escolhe”, diverge a governadora. Os dois conversaram com o Congresso em Foco no saguão do Aeroporto Internacional de Brasília na noite da última sexta-feira (1º).
Rosalba ocupa hoje o cargo mais elevado entre todos os Rosado, família para a qual entrou há 36 anos após se casar com o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado. Prefeita de Mossoró por três mandatos, Rosalba é prima, pelo lado materno, de uma das principais lideranças da ala adversária da família, a deputada Sandra Rosado (PSB-RN), também prima de Carlos Augusto.
“Nossos primos são nossos grandes adversários, mas o nosso grupo é hegemônico”, afirma o ex-deputado. “Quando éramos jovens, nossa luta era da pedra para o fuzil. Agora já estamos velhos”, acrescenta ele, lembrando que a disputa entre os dois grupos já foi mais acirrada.
A governadora diz que poucos fazem política na família Ciarlini e que começou sua vida política no PDT, diferentemente do marido, que foi da Arena para o PFL, hoje DEM, partido de Rosalba. “Minha família é tão grande que tenho 37 tios. Só eu e minha irmã Ruth (Ciarlini) entramos para a política. Não temos tradição”, conta. Ruth é vice-prefeita de Mossoró, na gestão de Fátima Rosado (DEM-RN), prima de Carlos Augusto.
“Mãos limpas”
O ex-deputado estadual afirma que o segredo da longevidade dos Rosado no poder em Mossoró se resume a “trabalho, realizações e mãos limpas”. “Somos bisbilhotados o tempo todo. Nossa presença na política é oxigenada pelo voto”, diz. “Mossoró respira liberdade”, emenda Rosalba, antes de destacar que o município aboliu a escravatura em 1883, cinco anos antes da Lei Áurea, e abrigou o primeiro sindicato, a primeira eleitora e a primeira reitora do país. “E a primeira mulher a presidir a Unimed, que foi Rosalba”, acrescenta Carlos Augusto, referindo-se à cooperativa de médicos.
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