Numa noite inteira de tempestade, após semanas de rumores, acusações e desabafo, mentindo e desmentindo, além de muito fogo no tabuleiro político, ocorreu o que poucos esperavam. Um grande racha na terra da política no Rio Grande do Norte. uma manhã de tempestade passadas de resquícios de intolerância, pautado na arrogância e no autoritarismo que durante muitos anos participaram, contribuíram, seguraram como puderam, a ditadura militar. E ainda depois de passar muitos anos aranhando as unhas, perdendo espaços, delatando os progressistas e dormindo pouco com medo de perder o poder em sua totalidade, o Senador José Agripino, Presidente Nacional e Regional do DEM, resolveu chutar de qualquer forma, de qualquer jeito um dos homens que mais contribuiu para sua vitória no ultimo pleito para o sanado da República o Vice-Governador Robinson Faria. Considerado pelos os que o conhece de pavio curto. Mas, um homem preparado, honrado, destemido, corajoso e leal. Teve que romper com o governo do qual ele é parte desde o princípio. Ao assumir o Governo por poucos dias, foi capaz de desengavetar projetos de interesse social e do estado, inaugurou obras, recebeu chefes de estado, visitou municípios, participou de emancipação política, de festas religiosas, de assinaturas de intenções, de eventos e assinou vários atos administrativos, dentre outras atribuições que concerne o cargo de um governante responsável. Mas o medo dos adverso-correligionários venceu a batalha, o medo esvaziou o novo PSD no Estado, o medo estar misturado com a inveja e lutando para o nascimento do rancor e do ódio. A política é assim, cheia de novidades de acertos e desacertos, de concordâncias e discórdias, de costuras e mais costuras, de empurrões e de chutes, mas também de glórias, de vitórias. Da sujeira da política ninguém quer participar, ninguém agüenta tanta sujeira, mas todos participam como membros produtor, ator ou mero coadjuvante e até de espectador. É uma celeuma de convergências e divergências. A sujeira na política é como meia rasgada. Nem o dono quer, mas talvez queira que o outro a use. Quem rasga não usa, quem suja não quer, mas vai jogando para o próximo. Diante do exposto entendo que o que ocorreu a nível nacional, a perca de um terço dos Deputados Federais do DEM, debandados para o novo PSD, não deveria ter refletido na aliança local, tendo em vista existir uma aliança consolidada aqui sem atingir diretamente o DEM e sim outros partidos de oposição ao Governo. Emparedar governo é coisa para quem tem poder e se sente ameaçado de perder força. É a lei da gravidade. Mas a pergunta que mais ressoa sobre meus ouvidos é. Valeu a pena sacrificar a vida política de Robinson sobre o pretexto de não deixá-lo crescer para não ameaçar os grupos poderosos? O Senador José Agripino fez recuar o crescimento do PSD no Brasil? O PSD não terá Robinson como protegido por Kassab? Essas e outras questões são pontos a serem observados. Porque o pensamento de Robinson era ser candidato do sistema a Senador em 2014. Em 2014, o Senador José Agripino não será candidato a Senador, no sistema não dispunha de nenhum nome de expressão para tal disputa, a Governadora será candidata a reeleição e não ao Senado. Naturalmente seria ele o candidato natural do sistema. Mas ao invés de Robinson, Henrique Alves, adversário, votou em Iberê, desejava a derrota da Rosa, desejava a derrota de Agripino, queria Vilma. O projeto agora deve ser Rosalba e Henrique, Governadora e Senador respectivamente e a oposição deve disputar esses mesmos espaços Robinson e Vilma e ai? Foi bom rachar? O novo PSD esta ai. Entre mortos e feridos todos do bando saíram vivos. Lamento mais afinal de contas aprendi que na política os correligionários de hoje poderão ser os adversários de amanhã e os adversários de hoje poderão ser os correligionários de amanhã. Depende do momento, dos interesses que cada um tem e das circunstâncias.
Finalmente a tempestade fracionou o grupo, e não matou ninguém. Todos estão separados e graças a Deus vivos.
Adevaldo da Silva Oliveira
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