sábado, 30 de junho de 2012

TF conclui julgamento e confirma tempo maior de TV para PSD

JORNAL DE HOJE

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O Supremo Tribunal Federal (STF) oficializou na manhã desta sexta-feira (29) o acesso do PSD, partido fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a um tempo maior na propaganda eleitoral no rádio e na TV neste ano, proporcional à bancada que possui na Câmara dos Deputados. Após três dias de julgamento, a Corte encerrou nesta sexta a análise sobre o caso, com a manifestação do voto da ministra Cármen Lúcia.
A magistrada não havia participado da sessão da quinta-feira (28), em que a maioria dos ministros se manifestou a favor de a uma fatia maior de minutos para o PSD na campanha de outubro. A despeito da maioria, Cármen Lúcia considerou "improcedente" a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta por sete partidos, entre eles DEM e PMDB.
 
O voto da magistrada se alinhou à posição do ministro Joaquim Barbosa, que, na véspera, havia se recusado a avaliar o mérito do processo por considera-lo improcedente. Barbosa sustentou que esse instrumento jurídico não poderia ser utilizado para resolver interesses pontuais de "certas agremiações".
 
Na ótica de Cármen Lúcia, os parlamentares que migraram para as trincheiras do PSD "valeram-se de toda a estrutura" de suas antigas siglas para se eleger e, agora, estariam deixando esses partidos "em desvalia". "Tenho medo de um sistema partidário tsunami. O candidato, na hora que entra, entra mansamente. Mas, na hora que sai, carrega tudo, deixando terra arrasada", comentou.
 
O voto de Cármen Lúcia, entretanto, acabou vencido. Seis magistrados já haviam acatado no dia anterior a orientação do relator, Antonio Dias Toffoli, e opinaram que deve ser considerada a representatividade dos deputados federais que migraram diretamente para outras legendas no momento da fundação.
 
Com a decisão, ficam assegurados aos partidos novos, criados após a realização de eleições para a Câmara, o direito de acesso proporcional aos dois terços do tempo destinado à propaganda no rádio e na televisão. Para tanto, será considerada a representação dos deputados que migrarem diretamente dos partidos pelos quais foram eleitos para a nova legenda na sua fundação.
 
O resultado deverá influenciar nas articulações do PSD para as eleições deste ano. Quarta maior bancada da Câmara, com 48 deputados em exercício, o partido neófito será contemplado com minutos extras na partilha do tempo de rádio e TV. Com isso, a legenda de Kassab ganhará munição, cacifando-se para formar alianças na disputa eleitoral de outubro.
 
Neste sábado (30), se encerra o prazo para realização das convenções partidárias, nas quais são definidos os candidatos das legendas para as eleições municipais e podem ser homologadas as coligações.
 
Os ministros da Suprema Corte desconsideraram os apelos dos dirigentes de DEM, PMDB, PSDB, PR, PPS, PP e PTB. As siglas haviam protocolado ADI requisitando a manutenção dos atuais critérios de rateio de minutos para as campanhas, que barraria a distribuição de tempo adicional para o PSD.
 
Pela lei, o horário eleitoral é dividido em três partes: um terço do tempo é repartido igualitariamente entre todos os partidos; e os outros dois terços são rateados conforme o tamanho da bancada eleita na Câmara dos Deputados.
 
Os atuais 48 deputados federais em exercício do PSD não foram eleitos pela sigla, que não existia em 2010 e só veio a ser formalizada no ano passado. O partido de Kassab reivindicava o tempo maior de TV com base no número de deputados que migrou para a legenda após sua criação.

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