Thaisa Galvão
Eis o discurso da governadora eleita e diplomada, Rosalba Ciarlini, agora há pouco, no Centro de Convenções de Natal:
Tenho plena consciência do significado jurídico e político do diploma que recebo da Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte.
Ele expressa e testemunha o reconhecimento da soberania da vontade popular pelo Estado e pela Nação, conforme manifestada pelos norte-rio-grandenses nas urnas de três de outubro.
O diploma conferido pelo Poder Judiciário aos eleitos, é sinal marcante da supremacia do Povo.
Daí por que o diploma não é apenas a homologação do resultado eleitoral, mas ardente símbolo nas mãos de seu portador, advertindo-o de que o Poder, espacialmente, não é seu, mas do povo, nem, temporalmente, é perpétuo, mas efêmero.
Poder de todos é Poder partilhado, e porque tenho convicção de que Poder como serviço é a compreensão dessa partilha, peço licença a Vossa Excelência, Senhor Presidente, e ao Tribunal, para referir-me a todos os que vão compartilhar com a Governadora do Estado este Poder, pois eleitos de forma republicanamente igual, para a mesma e certamente nobre missão.
Saúdo, com estima e confiança, o Vice-Governador Robinson Faria: como foi indispensável companheiro na luta e no êxito eleitoral, será, tenho certeza, lutador aguerrido e constante para o êxito administrativo e político do Governo comum que estamos para iniciar.
Saúdo, reconhecida e grata, e igualmente confiante, os Senadores reeleitos: Garibaldi Alves Filho, e seus Suplentes Paulo Davim e Janduhy Max Freire de Andrade; e José Agripino Maia, e seus Suplentes João Faustino Ferreira Neto e Valério Djalma Cavalcanti Marinho.
Igual saudação aos Deputados Federais eleitos Betinho Rosado, Fábio Faria, Fátima Bezerra, Felipe Maia, Henrique Eduardo Alves, João Maia, Paulo Wagner e Sandra Rosado.
Dos Senadores da República reeleitos no último pleito, e dos Deputados Federais do Estado, o Rio Grande do Norte espera a reiteração do já comprovado espírito público, e, especialmente, intransigente apoio para que tenhamos reconhecidas pelo País a nossa estatura política, e nossas grandes perspectivas para o futuro.
Comigo foram eleitos, também, os Deputados Estaduais, que, no Poder Legislativo, compartilharão com a Governadora as responsabilidades do Governo. Congratulo-me com eles, de forma igualitária, pela vitória, e convoco-os para a grande tarefa de restauração que o Povo nos confiou. Respeitosa e esperançosa saudação aos Deputados Agnelo Alves, Antônio Jácome, Dibson Nasser, Ezequiel Ferreira de Souza, Fábio Dantas, Fernando Mineiro, George Soares, Gesanne Marinho, Getúlio Rego, Gilson Moura, Gustavo Carvalho, Gustavo Torquato Fernandes, Hermano Moraes, José Dias, Larissa Rosado, Leonardo Nogueira, Luiz Antônio de Farias Tomba, Márcia Maia, Nelter Queiroz, Poti Júnior, Raimundo Fernandes, Ricardo Motta, Vivaldo Costa e Walter Alves.
Senhor Presidente, Senhores Juízes:
Creio na Democracia como eficaz instrumento de construção do bem comum. Nesta declaração, encontro a origem e o fim do verdadeiro Poder como serviço, ao qual já me referi. Origem na manifestação do corpo eleitoral do Estado, por cuja liberdade e soberania tem velado, de forma eficiente e digna, a Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte. Esta origem popular, grandiosa deliberação de milhares e milhares, impõe ao eleito o dever da humildade, na consciência da própria pequenez diante das imensas expectativas que cercam sua missão.
O diploma tem por fim conferir ao eleito não um privilégio, mas um dever: servir à construção do bem comum.
Serviço compartilhado, agregador, cujo mais ingente e premente desafio é a convicção da inadiável urgência da convocação de todos para um repensar da atividade política e administrativa no Rio Grande do Norte, posto que o serviço ao Povo é unidade de propósitos, união de forças, nascidas na inspiração comum da própria causa pública.
Creio na força, na bravura e no trabalho do Povo do Rio Grande do Norte, e por isso também creio na dedicação de sua classe política ao interesse público. Com esta confiança, tenho certeza de que não faltarão à Governadora, vindos de correligionários e adversários, estímulo para os acertos, e crítica construtia para eventuais desacertos, tudo sempre com o firme e constante propósito de servir ao Rio Grande do Norte.
Creio nas potencialidades de nossa terra. Certamente não seria hoje, nesta solenidade de diplomação, que haveria de traçar metas e rumos para o Governo que iniciaremos a primeiro de janeiro. Mas esta profissão de fé no esperançoso futuro do Rio Grande Norte é verdadeira base para vencermos tempos perdidos e agarrarmos o amanhã, que haverá de ser de novo progresso, desenvolvimento, segurança, paz, obstinada determinação de atendermos as imensas carências sociais de educação de qualidade garantia de pronto e eficiente atendimento à saúde, promoção de possibilidades de trabalho honrado para todos os norte-rio-grandenses.
Creio haver chegado a hora de resgatarmos costumes políticos alicerçados só e só na dignidade pessoal e na ética administrativa. As carências públicas não estão atendidas sequer no mínimo, tudo fazendo germinar a descrença no Poder Público, incapaz diante de tantos reclamos e necessidades.
Não é possível continuar-se a assistir impassível ao trato da coisa pública com interesses pessoais.
E porque creio na honra pessoal como padrão, referência e esteio da probidade administrativa, aceito o desafio, e não o temo. Vamos afastar a descrença para reerguer a esperança. Vamos modernizar a administração do Rio Grande do Norte, dar-lhe impessoalidade, para que se baste por si mesma, com uma estrutura burocrática ágil e eficaz, reservando-se ao Chefe do Executivo e seus auxiliares mais diretos a definição das grandes políticas públicas, cuja execução haverá de ficar a cargo da máquina administrativa do Estado, apta e capacitada para só servir ao Povo.
Senhor Presidente, Senhores Juízes, Senhor Procurador Regional Eleitoral,
Autoridades, Cidadãos e Cidadãs:
Creio que da indiferença vamos tirar solidariedade; da descrença, fé; da indolência, trabalho; do atraso, aprendizado para a retomada.
Congratulando-me com a Justiça Eleitoral, Senhor Presidente, desde os Juízes de nosso mais longínquo interior, até ao Tribunal Regional Eleitoral, congratulando-me, igualmente, com o Ministério Público Eleitoral, seus Promotores e Procuradores, pela forma honrada como garantiram a manifestação eleitoral do Rio Grande do Norte. E porque creio na honradez e competência da Magistratura de minha terra, tenho certeza de que, nos limites da Constituição e das Leis, o Poder Judiciário também haverá de agregar-se ao grande esforço de restauração da eficiência administrativa, e do resgate da ética pública no nosso Estado.
Com este ato solene, Senhores Senadores, Senhores Deputados Federais, Senhores Deputados Estaduais, Senhor Vice-Governador, estamos habilitados a iniciarmos ou retomarmos nosso serviço ao Povo do Rio Grande do Norte. A confiança de que milhares de norte-rio-grandenses nos fizeram depositários com seus votos, o carinho que recebemos de jovens e idosos, os acenos cheios de fé, a alegria de olhos brilhando a encobrir, mesmo que por um instante, o desalento e a dor, a vibração dos comícios, encontros, carreatas, o despertar que testemunhamos de renovadas esperanças, nada disso pode perder-se por indiferença, acomodação, medo de mudar estruturas e hábitos. Tivemos uma campanha memorável.
Severo julgamento nos aguarda se deixarmos desertar da alma do Povo o que talvez seja seu último alento. Tenhamos nas mãos o diploma que nos entrega a Justiça Eleitoral, e, com ele, no qual vemos estampados todos aqueles sentimentos que compartilhamos com o Povo nestes últimos tempos, com ele demos o passo decisivo para a realização de esperanças e sonhos, e com firme convicção proclamemos ser possível a construção do novo Rio Grande do Norte.
Precisamos fazer o RN GRANDE não apenas no nome, mas na cidadania, com o NORTE voltado para o futuro. Convoco a todos para a partir de agora, deixarmos todas as bandeiras partidárias de lado e termos apenas um partido: O RN.
Muito obrigada!
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