O cenário político do Rio Grande do Norte em novembro de 2001 é bem semelhante ao atual. São histórias bem parecidas, muda basicamente os nomes dos personagens. Alguns se repetem em funções diferentes e outros estão no mesmo barco de oito anos atrás.
Hoje temos a governadora Wilma de Faria (PSB) reeleita há quatro anos sem direito a disputar um novo mandato. Resta a ela renunciar dentro do prazo de desincompatibilização para disputar uma vaga no Senado. Situação idêntica vivia o então senador Garibaldi Filho (PMDB) no final de 2001.
Como há oito anos existem dois ex-governadores tentando a reeleição para seguirem como líderes políticos. Em 2001 era José Agripino (PFL, atual DEM) e Geraldo Melo (PSDB). Os dois temiam a sombra do governador que estava prestes a renunciar. Eleito em 2002 na vaga do tucano, Garibaldi se junta a Agripino na espera por Wilma numa disputa por uma vaga no Senado.
As articulações para a disputa para o Governo do Estado são bem parecidas. Em 2001 o senador eleito Fernando Bezerra (PTB) era o nome da oposição e liderava com folga as pesquisas. O mesmo ocorre atualmente com a senadora Rosalba Ciarlini (DEM).
Para os lados do governismo Garibaldi trabalhava para fazer o primo Henrique Alves (PMDB) o seu sucessor. Para isso foi criada a Secretaria de Governo e de Projetos Especiais (Segov) para tornar o aliado mais conhecido. O mesmo foi feito pela governadora Wilma de Faria. O aliado preferencial dela, vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), assumiu a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos para se tornar mais conhecido pelo povo do Rio Grande do Norte.
Como há oito anos existe um grupo de políticos que integram o governismo de olho nos espaços do "preferido". Em 2001 entre esses nomes estavam a então prefeita de Natal Wilma de Faria e o vice-governador Fernando Freire (na época inscrito no PP). Hoje três nomes sonham com o apoio da situação para chegar ao posto máximo da política estadual: o presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Faria (PMN), o deputado federal João Maia (PR) e o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT).
Em 2001, Wilma percebeu que não teria o apoio do governo e rompeu com Garibaldi, no início de 2002 renunciou à Prefeitura do Natal e venceu as eleições de outubro se tornando a primeira mulher a governar o Estado. Fernando Freire preferiu esperar e acabou sendo o candidato do governo graças a desistência de Henrique motivada por denúncias de corrupção publicadas em revistas de circulação nacional.
Sobre a possibilidade de terceira via se repetir é preciso esperar as próximas decisões. Em conversa com jornalistas de Mossoró há alguns meses na Praça da Convivência, Wilma indicou que duvida que alguém faça isso. "Se eu estivesse no lugar deles teria coragem", desafiou.
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